Fly para Iniciantes

A pesca de Fly, muito difundida no exterior, ainda não apresenta no País uma boa receptividade. Assim, gostaria de convidar os amantes do Fly para que despertem a curiosidade em seus parceiros ou amigos, apresentem o seu equipamento, ensinem um arremesso básico e, acreditem, em mais alguns anos seremos um número maior de praticantes.

OBS: Há pessoas que compram um "conjuntinho" de Fly (vara, carretilha e linha) para experimentar, e dizem que se gostassem comprariam um melhor. A maioria não gostou pois não conseguiram bons arremessos.

1. Começamos pela escolha da vara: não queira fazer economia , procure adquirir o melhor que seu orçamento permitir, pois até mesmo se quiser vendê-la posteriormente, com certeza terá intereressados. A vara é o item fundamental no arremesso, além de permitir um aprendizado muito mais rápido. Por isso se for investir, faça isso na vara e não na carretilha. As varas podem ser construídas de diversos materiais, tais como: Grafite, Fibra de vidro, Fibra de carbono, bambu, etc. E são classificadas pelo seu peso, poder de arremesso e resistência. Variam do nº1 (um) ao 15 (quinze) , independente do seu comprimento que varia de 6.6 a 9.0 pés ou (1,98 a 2,74 m). É recomendável a compra de um equipamento nº6 para iniciar, uma vez que irá proporcionar um maior controle sobre o conjunto, facilitando também o arremesso, tanto de pequenas moscas, como de algumas relativamente grandes. As varas de fly são divididas em quatro categorias: Ação rápida, Ação média/rápida, Ação média e Ação lenta. O termo "ação" numa vara de Fly significa a forma que ela se flexiona ao receber a tensão provocada pela linha durante o arremesso. Devido as condições de pesca mais encontradas em nosso país sugiro ao iniciante as varas de ação média/rápida.

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2. Linhas: ao observarmos alguém pescando de Fly, o que mais chama a nossa atenção é a linha, pela suavidade e beleza plástica que a modalidade transmite. A linha junto com a vara é outro item fundamental do equipamento tanto que, é a linha que leva a isca. As linhas podem ser: flutuantes (Floating), afundativas (Sinking), intermediária (Intermediante) ou flutuantes com a ponta afundativa (floating with sinking tip). As linhas tem ainda um código para facilitar sua identificação, como no exemplo baixo:

WF6F

WF = Weight Forward (peso concentrado na frente)

6 = Weight (peso)

F = Floating (densidade flutuante)

Dentro do segmento linha existem uma infinidade de variações específicas para cada caso. Aconselhamos o iniciante a utilizar uma linha WF6F conforme o exemplo acima. Devido o tamanho reduzido da linha de Fly (32M) também utilizamos uma outra linha de dacron antes da linha de arremesso, que é chamada de backing. Esta linha na briga com peixes maiores facilita bastante a tarefa.

Leader: é um monofilamento de naylon que faz a conexão entre a linha de Fly e a mosca, uma vez que é praticamente impossível amarrar a mosca diretamente na linha. Caso isto fosse possível, com certeza, iríamos assutar os peixes com aquela linha grossa. O líder deve afinar gradativamente a medida que se aproxima da ponta, isto permitirá uma melhor transmissão de energia entra a linha de Fly e a mosca, além de uma melhor apresentação. Existem verdadeiros tratados a respeito da construção de um líder, entretanto utilizo a seguinte fórmula básica: 60-20-20, ou seja, 60% de uma linha mais grossa, 20% de uma intermediária e uma mais fina nos 20% restantes, que será a ponta. A diferença de diâmetro entre as linhas utilizadas não deve ser muito grande, pois dificultará bastante à execução dos nós.


3. Carretilha: a carretilha é o item menos importante no conjunto de Fly, tanto que, não tem nenhuma utilidade na hora de arremesso, salvo se estiver desbalanceada, quando irá atrapalhar. A sua principal função é a de armazenar a linha, entretanto também poderá auxiliar na briga com o peixe. A maioria das carretilhas encontradas no mercado apresentam carretéis sobressalentes, assim o pescador om uma única carretilha poderá utilizar diferentes tipos de linha. Apesar de não ser um item tão importante merece muita atenção pois, seu tamanho será determinado em função do peso total do conjunto. Se for maior ou menor, teremos um conjunto desequilibrado, com o peso concentrado na frente ou atrás, dificultando a pescaria nos dois casos. No mercado existem muitas marcas e modelos de carretilhas de Fly, mas basicamente podem ser divididas em dois grupos, com ou sem sistema de freio. Também a maioria delas pode ser regulada tanto para recolhimento com a mão esquerda como com a direita. Quanto a manuntenção, se você pescar em água doce, basta passar um "paninho" úmido após a pescaria e colocar algumas gotas de óleo lubrificante no eixo. Entretanto, se você é pescador de água salgada, muito cuidado ao terminar a pescaria, o quanto antes, coloque a carretilha embaixo da torneira, em seguida retire o carretel do chassis e mergulhe-o numa solução de água morna e detergente, o mais neutro possível, por pelo menos 20 (vinte)  minutos. Depois basta enxugar e lubrificar. Evite derrubar a carretilha, pois poderá entortar o eixo ou o carretel.


4. Arremesso: o bom arremesso começa com a empunhadora da vara de maneira correta. Devendo mantê-la junto ao pulso para evitar uma incorreção chamada "quebra de pulso", que fatalmente fará com a isca fique presa no mato, normalmente atrás.

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Os principais arremessos para Fly são Forward Cast (para a frente), Back Cast (para trás), Roll Cast (arremesso rolado). Tanto nos arremessos para a frente como para trás é importante lembrarmos de uma regra básica: observe a figura do relógio abaixo.

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Na frente, a vara não passa das 10 hs enquanto atrás, não ultrapassa 1 h. Assim, na frente evitaremos que a linha toque a água, afungentando os peixes e atrapalhando o arremesso e atrás, evitaremos que enrosque na vegetação.

Já o arremesso rolado, é muito utilizado para esticar a linha e também quando não há espaço de arremesso para trás. Com a linha esticada na água ou sobre um gramado, o movimento consiste em levantar a vara e a linha até a posição 1 h e voltá-las até a posição 10 hs, quando damos o arremesso final. Imagine que você está com um martelo na mao e baterá um prego na posição de 10 hs, conforme o desenho abaixo.

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5. Isca: a isca torna-se a parte mais fácil da pescaria de Fly, visto que há no mercado iscas para os mais diversos peixes como Dourado, Pacu, Matrinxã, Traíra, etc. A nossa dica é fazer uma isca utilizando mexas de cabelo ou então utilizar rolhas imitanto uma ração (ver abaixo). Há também moscas eficientes na obtenção de Traíra, Black Bass. As cores das iscas podem fazer a diferença na hora da pescaria, por isso é importante fazer a troca na medida em que não haja sucesso. 

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